
1989, Brasília/DF, BR.
Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.
Thales Pomb (1989) é um artista visual cuja prática se fundamenta no próprio ato de pintar, investigando a fenomenologia da imagem e aquilo que emerge no instante em que a pintura começa a se formar. Sua obra transita entre memórias, paisagens já vividas e territórios possíveis, abrindo espaço para que o real e o imaginado coexistam na superfície.
Em sua trajetória, Thales desenvolve uma pesquisa marcada pelo baixo contraste e por uma luz crepuscular que vela mais do que revela. Essa atmosfera silenciosa permite que a imagem surja no ritmo do espectador, sem oferecer respostas imediatas. A influência de Barnett Newman é decisiva nesse processo, especialmente a noção de “unimento”, fenda que conecta o natural ao espiritual e que, em suas telas, se expande para deixar entrar outra luz.
Esse movimento levou o artista a dissolver as fronteiras entre figura e fundo, permitindo que ambos respirassem juntos na mesma superfície. A referência a artistas como Milton Avery foi importante nessa transição, sobretudo na autonomia atribuída à cor, que deixa de servir à forma e passa a estabelecer relações próprias, reveladas conforme o olhar circula.
Atualmente, sua pintura se constrói no diálogo direto com a matéria. A cor, o gesto e a superfície orientam o processo, conduzindo a obra a partir do que a própria pintura demanda. Nesse encontro entre decisão e acontecimento, Thales cria imagens que se desenvolvem no tempo, convidando o observador a habitar esse campo de aparição contínua.